domingo, 7 de setembro de 2008

REFORMADOS SEM A SOMBRA DA MESMA ORDEM

Segundo informaram intendidos, nos noticiosos canais pùblicos. O montante necessário para manter um velhinho num lar, ronda os 700 Euros.
No entanto, esta sociedade, politicamente e socialmente esclarecida. Vai politicamente e partidáriamente votando! Em quem, para si, distanciando-se do restante orbe, estipula leis que permitem rápidas e avultadas reformas. Enquanto, muitos velhinhos, vivem por ai, sem acesso a lares. Com reformas cujo valor, é menos de metade do dito necessário para se usufruir da comodidade de um lar. Até que a morte, dispense a miserável reforma.
REFORMADOS
Vivo neste tumultuar
Cansado de olhar.
Triste escuto o falar
Dos imperadors parlamentares.
Oh! Abismais diferenças militares
Motivadoras de tanto diferenciar.
Oh! cátedras de doutores do silenciar...
Inúteis à forma de criar.
Os meus olhos chorosos
Dos tétricos vergonhosos.
No reflectir dolorosos
Velhos descarnados
Pelos cantos abandonados
Caiem desvairados.
Na comunhão de desamparados
Restam ao vegetar de reformados.
Nas tantas palmas e eleitos
Medalhas e sangue sem feitos.
Quarenta e tantos anos de salários.
Sessenta e muitos anos de humanos fadários.
A findar em olhos vagos.
Lágrimas de tétricos lagos.
Esqueléticas mãos.
Sem humanos irmãos.
Abertas aos trocos
Neste mundo de loucos.
Na caridade de outros esfarrapados.
Mas os seus deputados!
doutores políticos? socialmente distintos?
Em alguns anos de falsas promessas e escândalos!!!
Gozam as reformas regalados.
Vivem anafados!!! Gozam fartos!!!
Mas não estendem as leis nem os braços!!!
A quem necessita de melhores laços.
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ESFARRAPADO
Desgraçado
Pobre da vida esforçado.
Quem para ti já olhou
E seus olhos não orvalhou.
Ao ver nu o teu peito
Prostrado em pedra teu leito.
Caminha vida efémera
Aziaga Quimera.
Esfarrapado
São sempre rotos teus fatos
Sem solas teus sapatos.
As peúgas... Jornais gastos
De prosas aos menos fartos.
Sempre trapos aos molhos
São os restos dos teus entulhos.
Não conhecestes macios linhos.
Em ti, verto meus olhos.
Triste em meus faustos
Genuflectindo rogo a Deus
Todos os pecados meus.
Esfomeado
Marmita da caridade.
Petulância de clerical irmandade.
À côdea... Quanta necessidade.
Simples cibo de pão.
Merenda ao irmão.
Quantas vezes de dura mão.
Sem a menor compaixão
De quem segue em perdão.
Oh! mesquinha vaidade
À lhaneza da tua infelicidade
Nesta vida de irrealidade.
Abandonado
Triste coitado
Sente que é detestado.
Procura desencantado
Diferente estado.
Viaja afoitado
Mas caminha afastado
E assim desamparado
O Céu foi-lhe manifestado.
O corpo, já não é contestado.
Ser humano de mil aventuras
Não és tu o obducto das naturas.
O insensível nas desventuras.
És sim, espirito às alturas.
O obcecado é o das mil farturas
O humano de corpóreas tonturas
E adulterinas posturas.

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