sexta-feira, 26 de setembro de 2008

O planeta, sempre terá sul e norte. Principio proporcional ao movimento universal. Mas, não pode continuar a Ter tanto improfícuo mandante. 50% dos actuais, já são de mais. Abolindo este planetário nefasto gasto. O planeta, viverá melhor. E tudo será mais barato. E possivelmente mais licito.
A actual planetária força mandante, é improporcionável à dimensão e produção planetária.
Para se conseguir esta humana vitória. Somente é preciso que, a humanidade se respeite. E siga o natural crescer universal.








DESCOBRIR

Deus a terra fendeu.
Ao homem, o vulcão acendeu.
A noite… Incandesceu!
O mundo cresceu!!!
O calor do lume… A montanha aqueceu.
Movo espaço o homem mereceu.
O frio, e a noite venceu.
Mas não envaideceu!
No entanto, o seu olhar resplandeceu.
E, ao mundo… Nova era sucedeu.
Foi todo um novo caminho que floresceu.
Já o homem, mais sabia… Não podia ficar indiferente.
Já comia o pão quente!
Tinha que Divinizar o fogo ardente!
Fogo da terra! Fogo do Céu!
Que, com o clamor das entranhas apareceu.
A iluminar a sombra que o sol escureceu.
Neste especular, o homem, entendeu…
E, nas suas limitações estabeleceu.
Alem, na linha do horizonte.
Cai o véu, com todo o seu fogo escaldante.
Mas, ao caminhar para lá, percebeu.
O erro de Ptolemeu.
Pois, em suas mãos, os astros não recebeu.
Em fugaz espreitadela ao céu… Entristeceu.
Mas, ao ver mais mundo… À sua frente… Não desvaneceu.
Ajoelhou… Deu-lhe Deus a coragem de duvidar e venceu.
E, do diáfano do éter, novo horizonte rejuvenesceu.
À ignorância… O homem… Transcendeu.
O girar do mundo compreendeu.
O passado… Parado. É erro… O mundo o cometeu!!!
Foi erro dos lentes? Ou das mentes? Que as gentes obscureceu.
E à vida embruteceu.
Nesta desdita, o homem não enfraqueceu.
Seu filho não escondeu… Protegeu.
Novo seguir elegeu.
Não desmereceu… Atendeu.
Na razão empreendeu.
Assim, o mundo, no seu girar não mais entardeceu.
O homem, à descoberta do seu todo se meteu.
Ao mundo, o mundo prometeu.
Foi neste empreendimento, que o mundo, engrandeceu.
E, o homem, já no saber de outra gente, muito padeceu.
Motivo, pelo qual, o navegar empreendeu.
Assim, seguiu em frente, mas não esqueceu.
Tudo quanto no celeste manto aprendeu.
Deus o mundo criou… O homem… Ao mundo o deu.
Porque Deus, ao homem, o concedeu.
E assim, o homem… Cresceu.
Ao novo mundo que nasceu.
A Deus, correspondeu.
Há fé Divina se rendeu.
E na fé de Deus sobreviveu.
No todo que conviveu.
Sempre em demanda da verdade o homem combateu.
Deixou de ser ateu.
E, em demanda do esclarecimento.
De humano chamamento.
Zarpa o Português… Com a cruz de Cristo.
Ao mundo que já era previsto.
Nas velas que, abre ao vento.
Leva o Luso alento.
Pano que impulsiona a caravela.
Com a Cruz de Cristo em sua vela.
Para do mundo ter cabal conhecimento.
O homem, ao leme deste empreendimento.
Era do mundo humano… Não era santo.
Viveu muito salgado pranto.
Mas mesmo, no tenebroso susto.
Cria a verdade e era justo.
Era de força lusa… Destemido e recto.
E ao mundo tinha afecto.
Sabia ao que ia… navegou resoluto.
Suportou o luto.
Na luta contra o pelágico, então, tão temido.
Era povo marinheiro… E ao mar destemido
Ao seu rei e ao clero fez juramento.
De, do mundo todo, dar merecimento.
E a cruz de Cristo, erguer em todos os quadrantes.
Mesmo nos longínquos mais distantes.
A marcar ao homem o ponto.
Aonde se ouviu o Luso canto.
À vitória de tão grandioso humano facto.
Que, levou no saber ao encontro e ao contacto.
Nada foi à sorte… Foi na dor chorando e na glória cantando.
Que, o mundo, a todos se foi formando.
Nada foi achado, tudo foi estudado e previsto.
Notai que, depois de muito navegado, ao largo um mastro foi visto.
No inverso da esteira.
Que, abriu a pelágica fronteira.
Era a lusa caravela… Com novas… De volta ao seu porto.
Ao merecido Pátrio conforto.
Assim, com dor, glória e honra. Terra e povo, foi ao mundo descoberto.
Novo planetário capitulo foi aberto.
Os astros foram o ensinamento.
O marítimo encaminhamento.
O sol… No céu… Não findava em fundo ignoto.
O seu todo, não era assim tão diminuto.
Girava sim, algumas horas de nós incógnito.
No caminho do infinito.
Até ao seu surgir, pelo nascente.
De um todo existente.
Confirma-se que, o mundo, não é morto, nem parado.
É corpo existente à vida preparado.
Neste saber, vivia o Português, ao mar atento.
Eram outros os tempos… E outros os valores… E outro o tento.
O homem era nobre… Primário era o instrumento.
Mas, mesmo assim, concluiu o proposto.
E no planetário horizonte também surgiu pelo lado oposto.
E hoje, a todos exposto.
Lá, do outro lado, está o Padrão… Aos do mar… Pronto e solicito.
Luso clarão! Com o mundo implícito.
Universal contentamento.
Do todo em continuo crescimento.
Oh! Divino manto.
Como por encanto.
O homem que, ontem, no mesmo mundo de crescimento.
De outro homem, fazia o se alimento.
Hoje, noutro olhar ao céu… Vive grato.
Noutro humano trato.
Sai do abismo.
Deixa o canibalismo.
O paganismo.
E satisfeito.
No novo conceito
E humanamente mais frugal
Segue com fé Portugal.
É, agora, noutro saber, o seu ideal.
À vida, começa a dar importância real.
Depois deste Luso universal conquistar.
E humano manifestar
Mas, mau grado, a fortuna e o bem estar.
De toda esta gente multirracial.
A criar mais e melhor humano manancial.
Faz Exaltar a inveja e cobiça internacional.
A maldade irracional.
Começa a especular.
Todo o mundo critica esta união secular.
Querem novo mando diferente político estipular.
São os maus do mundo, na ânsia de encher o seu bornal.
É o político infernal
A mudar o bem pelo mal.
Mundo animal.
Bando de sanguinários.
Traidores ao crescimento planetário.
Somente vêem dinheiro.
Não têm humano companheiro.
Nem legal fronteira.
São viventes à babuje de outros canseira.
Forjam o emocional.
Corrompem o funcional.
Principiam por corromper e empeçonhar, alguém do nosso povo nacional.
Gente sem credo, sem hino. Gente que, só quer ser maioral.
Seres sem bandeira… Sem chão a cemitério… Seres sem moral.
Com este tipo de gente, a outros serviçal.
Erguem fraudulento político castiçal
Que logo o povo com ferro abrasa.
E o erguido arrasa .
Termina a paz, e todo um serviço da união existencial.
Que ao mundo era essencial.
Força crianças e velhos a viver pelas matas
Sempre envoltos em políticas zaragatas.
Vida de mutilados a uma irreal liberdade.
Forjada em desumana crueldade.
É, o retrocesso ao animal vegetar.
È o povo ao irracional manietar.
É, o ver nos olhos das crianças dor e fome.
E o corpo à morte conforme.
É, voltar ao brutal ajoelhar.
Negar o cerúleo espelhar.
Para ouvir em descomunal arrazoado.
Tudo o que, por Deus, nunca será perdoado.
Discursos e quimeras a um todo retrógrado.
Satânico brado.
A fosso abismal.
Sem a Divina crisma baptismal.
Que, ainda com Deus no céu… Nos leva afinal.
A um tardar Divinal.
Ao voltar ao boçal cafreal.
Num planetário estagnar Irreal.
Não… Não é… Do real Portugal.
Do Luso Portugal!
Este iníquo crer fatal.
Esta política letal.
É, de um mundo bestial.
Que não olha ao celestial.
A vela branca do Português foi divinatória.
Ao mundo meritória.
Divina realização.
Num todo, de total aproximação.
Mas, em todas as épocas há pecadores.
Humanos exploradores.
Que, com ferros ou palavras espúrias.
Adultera as universais vitórias.
A pessoais benfeitorias.
Assim, de um bem colectivo.
Que a todos devia ser produtivo.
Cresce a escravidão.
Brutal humana servidão.
Mal que o mundo comporta.
Desde que se abriu a humana porta.
E, se teve que, carregar lanha, para a fogueira
Da dominadora lareira.
Para o fogo da cegueira.
Humano já da morte escravo.
A viver tanto incompreendido agravo.
Na procura e demanda.
E na ordem de quem manda.
O escravo, sempre do forte foi mercado.
Mas no correr do mundo, mais se agrava este pecado.
No meio dos actuais negócios, fictícios e fraudulentos.
Que desvirtuam planetários rendimentos.
Mas se ouvem os acorrentados lamentos.
Já no mundo de recente passado.
O grande Império Romano.
Do seu escravo era ufano.
Até o régulo da sanzala, para ser obedecido.
Tinha o seu escravo vencido.
Para não falar da concubina, ou do eunuco, em seu leito copulado.
E na força senhorial calado.
Não foi só, do branco, da vela branca, este merecido.
O mal, infelizmente, por todo o mundo já era conhecido.
E estabelecido.
Muito negro, negro vendeu.
Dor que, miserável e berrante miçanga rendeu.
Mas, notai, os tempos pouco mudaram.
Mas pioraram!
Ainda hoje, se vê no poder, muito lodo
É outro o sistema, e o modo.
A lixar o fraco e o necessitado.
Que ao sustento, se vê aviltado.
Neste mundo desvairado.
Escravizado e irado.
Cada vez, há mais escravos, ao subsídio bonificado.
À actual política económica crucificado.
E muito jovem, no recibo verde, vive afundado.
Político lodo, que o humano, dá por deserdado.
Mundo minado.
Repleto de povo descriminado.
E outros, sem recibo, são escravos… Deveis ao voto do partido.
À finança convertido.
Pois pela criminal finança foi instituído.
Para dar este mundo por destruído.
São os novos sistemas.
Humanos anátemas.
São os contratos dos novos políticos deste estado.
Que, à Nação não é prestado.
E fazem do Português criado.
Neste mundo viciado.
Neste reino, cada vez mais de futebol e fado.
Mas já sem arado.
Mas aonde, sobre a cabeça do pobre, pesa criminal machado.
Eu, que neste infesto não fui tido nem achado.
Humildemente venho requerer, se é que, ainda posso falar.
Neste nocivo político contubérnio que a humanidade faz calar.
Quando os meus olhos encerrar.
E o meu corpo mirrar.
Depois de à vida finar.
Neste mundo ainda de tanto humano arruinar.
Não quero campa com pedraria.
Nem epitáfio com honraria.
Nem gente a chorar.
Muito menos a orar.
Bastou-me na vida caminhar.
Sempre com Deus a apadrinhar.
E o chão de meu pai, custear.
E por ele, com amor pleitear.
E a bandeira de Portugal, com honra hastear.
Agora, a novo encontrar.
Basta-me na terra entrar.
A qual, meu corpo vai transformar.
Na terra que, outro mundo virá a formar.
Não quero flores a disfarçar
O permitido humano desgraçar.
Que a minha campa seja terra.
A um mundo sem tanta humana ferra.
Eu, sou de Portugal… No mar… E no ultramar.
Minhas mãos, não são garras para humano sangue derramar.
Não sou esclavagista… Nem de martirizar.
Sigo os Lusos do civilizar.
Por isso quero ficar par
Em meu funéreo acampar.
Com quem a lutar de armas e coração.
Engrandeceram Portugal como universal Nação.
No tempo da Lusa navegação.
As armas não eram floridas… Mas os homens eram de amar.
Lutaram com heroicidade para as Cinco Quinas afirmar.
Construíram sim, o mundo… No seu navegar.
No seu crer ao longínquo chegar.
Militares com flores, só servem para falsear populações.
Fomentar revoluções.
Escondidas em floreadas traições.
Causadoras de humanas aflições.
Flores, criança escravizada.
Pelo mundo marginalizada.
Espelho sem cerúleo.
Neste universo hercúleo.

Eduardo Dinis Henriques
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APRISIONADO



Quando o humano estado
De um Pais outrora prestado.
É o estado do político vitupério.
A corrupção aniquila o império
Na desordem da maldizente administração.
Que, por espúria violação
Se quis guindar à chefia da nação.
Moribundo País, sem nacional prestação.
Parlamento, sem Pátria, sem Nação nem absolvição.
Criança sem destino!
Povo sem hino!
Exercito sem bandeira!
Pais sem fronteira!
Neste tétrico fadário.
Brilha o sanguinário.
O povo é acorrentado.
Na honra aviltado.
Governo maldito.
És corpo de nacional delito.
País esfomeado
Tudo lhe foi cerceado.
Política de força disforme.
Somente com o compadrio conforme.
Clerical dourado...
Lembrai o crucificado.
As sandálias do iluminado.
Cristo foi mais moderado!
Assim é amado e recordado.
E nessa bondade celebrado.
Lusitano povo hoje aprisionado.
Porque ficais estagnado?
Perante o actual vespeiro de danados
Que nos vão deixar totalmente arruinados.
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Portugal Verde e rubro
De dourado escudo.
Em tua força! O mundo eu descubro!
E para alem do mar eu acudo.
O Padrão! Em cada longínquo promontório.
Consolida e lembra o meritório.
Deste Portugal universal.
Que, banhado em lágrimas de sal.
Soube ver para alem do tormentoso
Um panorama espantoso.
De terras, culturas e gentes.
Neste todo universal, de tantos seres diferentes.
Mas todos, forças homogéneas ao universal movimento.
Que, a seu tempo, nos dará outro conhecimento.

Eduardo Dinis Henriques
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VIDAS

O tempo... É a verdade.
Do povo, velha sentença.
Mas, cada qual, com o seu parecer.
E eu, serrazino que chove no meu quintal!
Mas, para lá da densa floresta.
Afiançam! Que, não chove no areal.
Espaço, o tempo me encolhe.
Quem sabe se mente?
Eu, não sou senhor da ubiquidade.
Nem ao tempo, tenho total pertença.
O espaço, ainda não me deu tanto merecer.
Vento oriental?
Ou será o vento ocidental?
Que traz a humidade.
Mantendo a crença
De a chuva fazer aparecer.
A todos, de forma clara e frontal.
E para o afirmar, de nuvens o todo céu infesta.
Metamorfoseando a minha verdade em espaço real.
E as escaldantes areias, refresque e molhe.
Aliviando a minha criativa mente
De alguma possível maldade.
Na incognoscível resolução da desavença.
Dado a diferente afirmação, estado, estar, parecer e estabelecer.
Simples humana discordância.
Ao crescimento. Qual será a sua importância?
Eu, senhor da minha verdade, continuo teimando.
Uma vez, de um jeito. Outra, de modo diferente.
Mas, os outros teimosos, da sua verdade, obstinam-se.
Objectando com a sua legitimidade.
O espaço gira e o tempo já é distante.
Curioso, no meu quintal o sol brilha abrasante.
Mas, para lá do matagal, dizem que a chuva cai diluvianamente.
Aonde fica a autenticidade?
Ou a cada ser, é dada a sua realidade?
Em virtude do espaço a si temporizado.
Na idade do tempo conhecido.
Crescer de ambiguidades.
Entre tantas possibilidades.
E assim, eu continuo sonhando.
Deitado de corpo dormente.
Enquanto no meu inconsciente, formas entrelaçam-se e animam-se.
E para lá das pálpebras cerradas, difuso a imortalidade.
O poder inebriante.
De quem caminha para além do tempo presente.
Num todo firmamento unissonante
De universal veracidade
E cordialidade.
Depois de um viver realizado
E divinamente merecido.

Eduardo Dinis Henriques
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FARRAPOS
Meu povo sem filhos
Já não crê no chão como herança
Ninguém sana os Pátrios cadilhos
Choram-se lagrimas de lembrança
Mães de peitos mirrados
Braços sem laços
Gesticulam irados
Mas não encontram Pátrios abraços
Cegos sem esperança
Bandeira em farrapos
Sem nacional pertença
Resta feita a trapos
Sem Pátria tença
E nós a morte aguardamos
A fome já é matança
Na Pátria que ontem amamos

Eduardo Dinis Henriques
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MORTE



Tu, ó morte... Contigo eu existo.
Sigo o destino previsto.
Mas, ainda não sinto.
Nem pressinto.
O vazio do meu corpo morto.
Há vida, ainda tenho conforto
Ainda vivo ao nascer feito.
Ainda arde a vida em meu peito.
Persisto a caminhar com alento.
Ainda o meu corpo é cumprimento.
E a minha Alma sentimento.
Para muitos, ó morte... És tormentoso pânico.
Momento satânico.
Alguns, levas ao pecado.
Outros, ao viver dedicado.
A um todo esforçado.
Mesmo, sempre por ti... Ameaçado.
Mas a poucos ao cuidado
De um viver prestado.
De um estar decidido.
De um consentir universalmente dividido.
Firme e conformado.
Sem tanto sangue inutilmente derramado.
Neste destino a finado.
Pelo todo ordenado.
Tu, ó morte... És do corpo a proprietária.
A terrena corpórea mandatária
O esqueleto foi a ti prometido.
No tempo, o terás remetido.
Mas da vida, o cordão, esse não cortas.
Só trabalhas com matérias mortas.
A Alma, essa, não conheces.
A vida não mereces.
Morte, és somente matéria.
Residual do casulo, do que foi, vida etérea.
Tu., ó morte... O teu estar é o nascer.
Segues o corpo ao crescer.
Com o negro manto sempre pronto a descer
És firme no aparecer.
Não tens amanhecer nem anoitecer.
Tens sempre o tear a tecer.
O lúgubre manto.
De funéreo canto.
Eduardo Dinis Henriques
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TRAINEIRA DE ALTO MAR

Traineira de alto mar
Ginga na vaga em seu marear
Intrépido e firme aos brandais
Festival feérico de magia
À proa segue o vigia
Atento a tudo que urgir
Ao mar não adianta fugir
Há que o saber sentir
Traineira de alto mar
Ginga na vaga em seu marear
Na ponte comanda o arrais
Rumo aos sinais
Cintilantes no argênteo oceano
Ufano na arte não à engano
São as redes de emalhar
O clarão na proa a brilhar
Traineira de alto mar
Ginga na vaga em seu marear
Clama na noite tal destino
O estrídulo toque do sino
Pescador à faina seu destino
Salta do gingão beliche com alento
A deitar as mãos com talento
Às redes de seu alimento
Traineira de alto mar
Ginga na vaga em seu marear
Quilha atlântica
De gente titânica
Berço de intrépido mareante
Mas nunca ao mar desafiante
Canta o pelágico pescador
Desprezando a dor
De quem vive mil tormentos
Em escassos momentos
Traineira de alto mar
Ginga na vaga em seu marear
No convés prateia o pescado
Quando pelo luar é iluminado
Reza a Deus o marinheiro
Às sortes deste pesqueiro
Ave Marias e Padre Nossos
De joelhos nem sente os ossos
E alegre na sorte da caldeirada
Nem nota a madrugada
Que já caminha no horizonte
Traz no coração e na mente
Deus a casa e a sua gente
Mas logo pela noite voltas ao mar
A gingar na vaga em teu marear
Traineira de alto mar

Eduardo Dinis Henriques

= = = = = =
CANTOS


Em sonho coerente
Meu irmano diáfano
Profetiza no poente
O meu destino arcano
Meu caminhar é congruente
O meu espaço já é ufano
De uma vida contente
Neste cariz humano
Rezo a Deus e aos Santos
Por todo o conjunto planetário
Gáudio da terra os seus encantos
Sofro o sangue do santo sudário
Na dor de tantos prantos
Menino a todos solidário
És venerado em mil cantos
Não deixes o planeta solitário

Eduardo Dinis Henriques
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IGUALDADE


Na força da luz solar
E de ameno luar.
Reflexo de prata
Brilha por cima dos meus ombros.
Tarde, ainda a enxada
Sulca terra árida.
E de movimento em movimento
Os raios prateados
Iluminam a distancia
Da courela a vencer.
Homem sem dia nem noite.
Braço afoite.
Nesta luta de a terra esmolar
Em constante continuar.
Labuta ingrata.
Aço terra e membros.
Mão calejada e inchada.
Coração de sangrenta ferida
Sem consolo nem alimento.
Nos campos, pelos políticos incendiados.
Vil ganância da laxista politica militância.
Até quando este diferente pertencer.

Eduardo Dinis Henriques
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CANTICOS

Canto a ti, mar oceânico!
Berço das caravelas da cruz de Cristo.
Braço ao mundo
De horizonte temido.
Mar messiânico!
O mundo tens circunscrito
No teu ondular profundo.
Ainda desconhecido.
Canto a ti, mar hoje vencido!
E ao novo mundo que avisto.
Mar sem fim e sem fundo.
Caminho do homem destemido.
Canto a ti, mar de mil temporais.
Quantas tristezas, quantas glórias.
Quantas lágrimas, quantas alegrias.
Por te termos navegado.
E na cruz de Cristo chegado!


Eduardo Dinis Henriques
)()()()()()()(

AGRILHOADO


Quantos de anos meus... restam?
Ao mundo... Lego que abastam.
Ufanos... Que, presto não partam.
E mais, pela vida, repartam.
Queda ao mundo... Que, se comparta.
Enquanto a humana fantasia... Seja farta.
Sem a realidade de Esparta.
Política que tudo agasta.
E ao mundo, lega vida madrasta.
Na crueldade que arrasta.
O mundo chorando.
Continuo A DEUS orando.
Enquanto sigo andando.
Agrilhoado... No novo bando.
A Pátria, resta usurpada.
Minha mão... finda sem espada.
Foi na traição decepada.
Negada! A, esta Pátria amada.
Ontem, por Camões declamada
E pelo mundo aclamada.


Eduardo Dinis Henriques
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LAVOURA

Homem e terra, relação eterna.
Enquanto o espírito.
For luz paterna
E humano mérito.
Do corpo que, será terra.
Quando a morte a Alma desterra.
Às pertenças de outro vencer.
Neste todo pertencer.
Chão meu corpo e alimento.
Quanto padecimento.
Homem e gado.
No suor afogado
Enquanto o arado fundo entra.
Na mãe terra que desventra.
À procura de novo alento.
E corpóreo sustento.
Na continuação do viver terreno.
Neste cosmos nem sempre sereno.
Aonde aves a volutear.
Neste todo a Deus hastear.
Seguem mão suscita.
Que, à terra a semente incita.

Eduardo Dinis Henriques
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CRISTAL

Olhar de criança
À janela espreita
Ver de esperança
Ainda não feita.
Olhos sem lágrimas
Ditos felizes
Cheios de rimas
Quantos deslizes.
Passos cambaleantes
A rumos distantes
A viva fará elegantes
Neste crescer de gigantes.

Eduardo Dinis Henriques
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VELA


Vela sem alma
Nem rumo.
Portugal que destino?
Mundo sem calma
Sem aprumo.
Meu Deus! Quanto eu lastimo!
Homem morto sem vida.
Resta no caminho.
Sem nome... Sem família.
Contrita divida.
Não houve carinho
Nem sepulcral homilia.
Abrilada artificiosa.
A Portugal! Flor adversa!
Manobra capciosa.
De mente perversa.
Vento sem vela.
Estrela sem quadrante.
Mar sem caravela.
Que, navegue ao distante.
Eduardo Dinis Henriques
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PADRÃO

Na vontade descomunal
Em vencer o abismal
Meu corpo perecível
Meu ser inauferível
Minha Alma transporta
Para lá desta vida morta
Até ao portal Divinal
Do juízo final
Minha obra já foi feita
O mundo aproveita
Melhor tempo a dará perfeita
És de pedra Padrão
Da Lusitânia serás sempre Universal Clarão
De cósmica fusão remanescente
Brilharás sempre ao sol nascente
Do artista exausta oração
Divisa de povo e Nação
No alto propenso e vigilante
Dás rumo ao navegante
És a recordação da caravela
Com a Cruz de Cristo nas alvas velas
De outros mares outra gente
Lembras o Luso Infante
Afirmas a espada
Ao universo prestada
E a Cruz Divina
Da nova doutrina
És glória
Foste vitória
De quem não renúncia
E o mundo anuncia
Tanto na acalmia
Como na ventania
Tua navegação
Foi a planetária aproximação
Do humano irmão
Foi do Luso homem a mão
Ao leme da embarcação
É Lusíada a fundação
És no planeta forma à universalidade
Da vontade realidade
A esta Divina afirmação
É de Deus a oração
Eduardo Dinis Henriques














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