sexta-feira, 14 de maio de 2010

GUERREIROS

Nesta política especulativa a formiga tem que carregar com o elefante.
O monte Evereste, todos os anos. Possivelmente no degelo perde pelas suas encostas mais de cinco porcento. Mas na altura, nem se nota.
Mas tirar um porcento de um grão de areia. É espalhar mais poeira sobre o seco deserto. É encher as urgências desta vergonhosa saúde, feita na espera. É alargar mais os cemitérios. Ao choro carpidor que ninguém ouve.

Não passamos de formas passageiras.
Como vidas mensageiras.
Pelos séculos dos tempos.
Como quaisquer ventos.
Que do nada, sopram tempestuosos.
E depois das feridas, bonançosos.
Panos brancos, mas não alvos.
Esvoaçam já, ao ferir de novos alvos.
Com armas silenciosas.
Corrompe a política com leis insidiosas.
Aos sons dos tambores das especulações.
Permitidas pelas políticas governações.
Humanidade outrora guerreira.
Caminha hoje na cegueira.
No espaço de maior caverna
Que cega desgoverna.
Seres empedernidos.
De medos destituídos.
Loucos!
Cegos e moucos!
Gritam mas não se ouvem.
Como passageira nuvem
Que caminha
Enquanto definha.
Neste todo inexaurível
E incognoscível.
Mas formado de matérias perecíveis.
Ao tempo, e sensíveis consoante os seus níveis.
Neste todo à pureza.
Mas ainda com muita avareza.
E muita fome em corpo de criança.
Que sem esperança.
Na memória dos séculos.
Caminha na promiscuidade dos políticos régulos.
Que, como todos, nasceram despidos.
E à conta da fome, com luxo são vestidos.
Mas a malga a transbordar.
Enche-lhes de nódoas o luxuoso fardar.
Para não destoar da consciência.
Da pecaminosa existência.
Eduardo Dinis Henriques

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