quarta-feira, 26 de maio de 2010

EU

De parco saber detentor.
E sem cabal mentor.
Entre sonhos
E adivinhos.
Filósofos com seus ditos.
E mestres dados a eruditos.
Num sem fim de crenças.
Abertas a todas as esperanças.
Que entre rezas e orações.
Tentam iluminar os corações.
Continua o meu eu, a sua terrena senda.
Viva lenda.
Neste todo de universal memória.
Mas de desconhecida história.
Eu, sempre a olhar horizontes.
A espreitar para lá dos montes.
Eu, que em imitação a Ícaro, tenta voar.
Para novos mundos povoar.
Sem que o seu, ainda consiga dominar.
Por mais que o continue a minar.
Eu sonhador.
E também criador.
Com a palavra amor, sempre em seu consciente.
Caminha a fantasiar a mente.
E assim Falseado.
Vive da realidade da vida alheado.
Eu, de espada sempre afiada.
Com a morte aliada.
Instrumento que o amor vai cerceando.
E as assas a melhores voos depenando.
Obrigando cada eu a coabitar.
E por mais tempo orbitar.
Entre a luz. Mas em total escuridão.
Fechados na terrena solidão.
No saber de adivinhos e mestres desta obscuridade.
Que, por falta de amor, só sonham. Sem viverem a verdade.
Eduardo Dinis Henriques

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