quinta-feira, 20 de maio de 2010

EU

Talvez nascido a reconciliação?
Ou serei mera forma de terrena criação?
A seguir tradições
De antigas terrenas edificações.
Eu... de que consentimento?
Nascido a que sentimento?
Neste mundo, ainda tão desconhecido
Por cada eu a ele nascido.
Por quem o meu eu... foi pedido?
E a quem, é ele devido e concedido.
Eu! O que serei?
Que vida terei?
Serei só esta corpórea matéria?
Esta massa de força deletéria.
Que no tempo, o meu eu, fará desaparecer.
Este caminho foi-me dado a que merecer?
Se tão curta é a sua permanência.
Não houve à sua forma complacência?
No conhecer o todo a que é merecido.
Perante o estabelecido.
Ou cada eu, é simples cósmico corpo acrescido?
Neste todo universalmente ainda imerecido.
Ou o meu eu, foi esquecido?
No estranho pântano em que foi recebido.
Eu atirado ao cepticismo.
Mas no crescer, dado a universal optimismo.
Embora não conheça o movimento.
Nem o porquê, do envolvente acompanhamento.
Os astros, do alto vão surgindo.
E no fundo do tempo, fugindo.
Como corpos seguros por fio elástico.
Que os aproxima e afasta, deste corpo, que parece estático.
Tal como o meu eu, a definhar entre claustros.
Aprisionados por colunas metamorfoseadas em monstros.
Jardins de subserviência.
À existência.
Dos eus, que também vão surgindo e desaparecendo.
No fundo do tempo, que os vai perdendo.
Eus, sempre sujeitos às consequências.
Das universais circunstâncias.
Que nos vai personificando.
Consoante o espaço, que o tempo, nos vai dando.
Eus, que por egoísmo ou medo, passam a vida a reverenciar.
A chorar a um Deus que tentam aliciar.
Mas por maldade ou ganância, passam a vida a maltratar.
O irmão, que sem pejo, mandam matar.
Mundo inflexível.
De eus, a um todo possível.
Entre o amor e o ódio.
No êxtase do pódio.
Pelo poder corrompidos.
Do nascimento, logo são esquecidos.
Mas na dor da adversidade.
Logo erguem as mãos ao todo da universalidade.
Tradição ou chamamento.
Intuição? Ou resquício de espiritual mandamento?
Neste todo de reflexos de atracções.
Que vão acendendo as humanas emoções.
Levando os eus ao acasalamento.
Revigorando o povoamento.
Da humana universal criação.
Que do todo, ou do nada, caminha em constante formação.
Eduardo Dinis Henriques

Sem comentários:

Enviar um comentário