quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

EU

Eu, talvez nascido a universal reconciliação?
Ou talvez mera forma de terrena criação?
A seguir tradições
De antigas terrenas edificações.
Eu! Sem congénitas universais ligações.
Mas feito a crenças e orações.
Eu... de que consentimento?
Nascido a que sentimento?
Neste mundo, ainda tão desconhecido
Por cada eu a ele nascido.
Por quem o meu eu... foi pedido?
E a quem, é ele devido e concedido?
Neste mundo que a tanto ainda voa adormecido.
Eu! O que serei?
Que vida terei?
Serei só esta corpórea matéria?
Esta massa de força deletéria.
Que no tempo, o meu eu, fará desaparecer.
Este caminho foi-me dado a que merecer?
Se tão curta é a sua permanência.
Não houve à sua forma complacência?
De dar a conhecer o todo a que é merecido.
Sem este jugo de tempo e espaço estabelecido.
Ou cada eu, é simples cósmico corpo acrescido?
Neste todo universalmente ainda imerecido.
Energia, massa, pedra meteorito.
Corpo a que grito.
Tempo que aquece e esfria.
No humano grito de tremenda sangria.
Meu eu, aqui esquecido?
No estranho pântano em que foi recebido.
Eu atirado ao cepticismo.
Mas no crescer, dado a universal optimismo.
Embora não conheça o movimento.
Nem o porquê, do envolvente acompanhamento.
Os astros, do alto vão surgindo.
E no fundo do tempo, fugindo.
Como corpos seguros por matreiro fio elástico.
Que os aproxima e afasta, deste corpo, que parece estático.
Tal como o meu eu, a definhar entre claustros.
Aprisionados por colunas metamorfoseadas em monstros.
Em jardins de subserviência.
À existência.
Dos eus, que também vão surgindo e desaparecendo.
No fundo do tempo, que os vai perdendo.
Ou quem sabe se não serão o escudo invisível.
Deste todo que ainda não é admissível
Eus, sempre sujeitos às consequências.
Das universais circunstâncias.
Que nos vão personificando.
Consoante o espaço, que o tempo, nos vai dando.
Eus, que por egoísmo ou medo, passam a vida a reverenciar.
A chorar a um Deus que tentam aliciar.
Mas por maldade ou ganância, passam a vida a maltratar.
O irmão, outro eu, que sem pejo, mandam matar.
Mundo inflexível.
De eus, a um todo possível.
Entre o amor e o ódio.
No êxtase do pódio.
Pelo poder corrompidos.
Do nascimento, logo são esquecidos.
Mas na dor da adversidade.
Logo erguem as mãos ao todo da universalidade.
Tradição ou chamamento?
Intuição? Ou resquício de espiritual mandamento?
Neste todo de reflexos de atracções.
Que vão acendendo as humanas emoções.
Levando os eus ao acasalamento.
Revigorando o povoamento.
Da humana universal criação.
Que do todo? Ou do nada? Caminha em constante formação.
Neste todo de núcleo de atracções.
Que no uniforme voar vão acendendo as luzes a novas construções.
Feitas ao aparecimento de melhores gerações

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