quinta-feira, 25 de março de 2010

MISÉRIA

MISÉRIA
Ali. Estático.
E apático.
De mão estendida.
Com a vida ofendida.
Um ser moribundo.
Pertença deste mundo.
Sem outra alternativa.
Esmola a côdea caritativa.
Como única sobrevivência.
Há sua existência.
Neste mundo de perdidos.
Que ao encontrado, nasceram despidos.
Mas rápido, estenderam as garras.
E apertaram as suas amarras.
Sobre todas as searas planetárias.
Instituindo graves carestias humanitárias.
Mão desumana.
Que à urbe, somente irmana.
Na sua avareza.
Mais pobreza.
Força deletéria.
Por todo o lado a fecundar miséria.
Cá, ali e além. Mãos de necessitados.
Flutuam entre corpos esfomeados.
Por todo o lado, famintos acorrentados.
Choram prostrados.
Lata vazia e deserta.
Da multidão já nada desperta.
As amarras viciam.
E qualquer espasmo de humanismo. Silenciam.
Neste mundo de mortais.
Vestidos. Medalhados. Mas brutais.
Eduardo Dinis Henriques

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