sábado, 13 de março de 2010

EU

EU
Meu eu! Quantas pedras piso.
E no continuar do meu eu! Aliso.
Meu eu, nascido ainda embrutecido.
Vive o tempo merecido.
E na de todos os eus, condição.
Segue em humana lição.
Na terrena filiação.
A temporal lapidação.
Meu eu! De que pertença,
É a tua tença?
Neste viver com a morte por sentença.
Num continuo de eus, em terreno amanhecer.
Neste crescer, sem ainda, o meu eu conhecer.
E do emaranhado de todos os eus criados.
E já, a outra existência passados.
Pouco resta de conclusivo e elucidativo.
Sobre o de cada eu, diverso sentimental motivo.
Tudo, no todo, é um todo, de duas partes, em constante crescimento.
È assim, o universo em movimento.
E a este crescer, nenhum eu, sem outro eu, se complementa.
No todo, de alguma razão, que a vida sustenta.
Quantas sombras e sois radiantes.
Ao meu eu, foram importantes.
Quantas corridas em vividas trilhas.
Levaram o meu eu, a imerecidas ilhas.
Mas sempre de mãos estendidas.
Porque acredito, que não há vidas perdidas.
Continuo em demanda de uma alvorada de melhor entender.
Para o todo do meu eu, e de outros eus, compreender.
Neste agigantar a alguma perfeição.
Segue o meu eu, em constante petição.
De querer saber, o porque, da sua criação.
A força, que o faz caminhar, até à humana capitulação.
Sem que, até ao último suspiro, conheça do meu eu, a sua realidade.
E no caminho da mesma lapidação segui-lo até à eternidade.
Eduardo Dinis Henriques

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