quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

MÃOS

De mãos erguidas

Ao firmamento.
Quanta guerra?
Enuvia o pensamento.
De quem na terra
Devia crescer há vida.
De mãos abertas há morte.
Enuviado em constante duvida
Anda o homem à sua sorte.
De mãos ao seu semelhante, fechadas!
Açambarca o homem a sua ganância.
Deixando na terra as suas garras vincadas
Como marcos da vivida ignorância.
E porque mãos! Ainda são somente garras!
A vidas acorrentadas.
Longe distam as amarras
Que deram há vida as mãos criadas.
Mãos! Porque não tendes já movimentos permissíveis?
Se o tempo, já deu tanta luz a mãos de fraternidade.
Até forças e saber, para alcançar as mãos invisíveis
Que de toda a eternidade
Comandam as terrenas marionetas.
Que de mãos a tudo erguidas.
Tentam vencer as planetárias metas
Que o saber vai dando conseguidas.
Consoante o tempo abre espaço
Por zonas nunca dantes atingidas.
Neste universal abraço.
Que se vai alargando pelo desconhecido.
Abrindo e fechando mãos.
Até que o movimento seja por todos obedecido.
E se abram a todos de vez as mãos havidas
Que na usura vêm entesourando insensíveis.
Ao sofrimento de outras vidas.
Neste todo de vidas perecíveis.
Mãos calejadas!
Na liberdade oprimidas.
Labutam escravizadas.
À engorda da pança dos mandantes.
Porque os mesmo, criaram barreiras intransponíveis.
Que nos vão deixando no tempo distantes
Dos já por alguns mais altos merecidos níveis.
«»
Mandante! E porque na terra só a ti cresceste. Rastejaras vidas e vidas. Por anos luz, que nunca vislumbraras. Tão atolado rastejaras por entre o nevoeiro dos gazes do entulho que a ti cobiçaste. E com garras gananciosas açambarcaste.

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